domingo, 20 de novembro de 2011

RESPOSTA EDB - 20 DE NOVEBRO DE 2011

PERGUNTA PARA JOVENS E OBREIROS E EBD – 19 e 20-nov-11
- ASSUNTO: O LIVRE EXAME DAS ESCRITURAS
- TEXTO FUNDAMENTAL: JOÃO 10:10
  1. HÁ UMA RELAÇÃO DO TEXTO ACIMA COM O PRINCÍPIO DO LIVRE EXAME DAS ESCRITURAS (O DIREITO DO HOMEM DE TER LIVRE ACESSO À BÍBLIA). É POSSÍVEL IDENTIFICAR O MOMENTO HISTÓRICO E PROFÉTICO DESSA RELAÇÃO, NAS EXPRESSÕES ABAIXO?
1. A ROUBAR
2. A MATAR
3. A DESTRUIR

João 10:10 – “O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”.


INTRODUCAO:
Queremos lembrar aos irmãos que o assunto de hoje está ligado ainda ao movimento que resultou na Reforma Religiosa do Século XVI (16), quando dentro dos quatro Princípios básicos da Reforma, estaremos fazendo algumas considerações adicionais sobre o Principio do Livre Exame das Escrituras.
É preciso entender que todo o conhecimento da revelação de Deus existente na Palavra se dá em razão do livre exame das escrituras, pois nelas encontramos a vida eterna em Jesus Cristo.
O livre exame das Escrituras é a base fundamental para se conhecer os outros três Princípios da Reforma, como a supremacia da fé sobre as obras, o sacerdócio universal do crente, e conhecer que Jesus Cristo é o único mediador.

O QUE ACONTECE NA VIDA IGREJA COM RELAÇÃO À PALAVRA?

AÇÕES DE OPOSIÇÃO À PALAVRA, CONFORME JOÃO 10:10:
O LADRAO: uma obra de oposição ao Projeto que está nas Escrituras (a Bíblia, a Palavra).

ROUBAR (a Palavra): tentativas de oposição à doutrina dos Apóstolos estabelecida na igreja desde o seu inicio. (a doutrina é o fundamento da fé e da prática da Palavra)
MATAR (a Palavra) - destruir fisicamente, nas perseguições contra os cristãos para matar aqueles que transmitiam oralmente a Palavra.
DESTRUIR (a Palavra) - colocar a Bíblia dentro da filosofia. Secularizar a palavra.

(DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO):

RESPOSTA 1.1:
1.                  – SIM, É POSSÍVEL IDENTIFICAR O MOMENTO HISTÓRICO E PROFÉTICO DA RELACAO DO TEXTO DE JOÃO 10:10, COM O PRINCIPIO DO LIVRE EXAME DAS ESCRITURAS:

1.1  – A ROUBAR: oposição à Palavra – “O ladrão não vem senão A ROUBAR...”.
a)      MOMENTO HISTÓRICO
ROUBAR (a Palavra): tentativas de oposição à doutrina dos Apóstolos estabelecida na igreja desde o seu inicio. (a doutrina é o fundamento da fé e da prática da Palavra)
De que forma se deu a oposição contra a Palavra, como o propósito de roubar a Palavra - Em Atos dos Apóstolos, como vieram as oposições?
1.    Imposição das doutrinas do VT sobre o NT: Atos 15 – Concílio de Jerusalém
2.    Os inimigos que se levantavam contra os apóstolos para impedir a pregação da Palavra: Atos 4:16-18
3.    Elimas, o encantador, tentando desviar o procônsul da fé: Atos 13:8
4.    A oposição na igreja de Corinto, quanto ao entendimento de corpo, dons espirituais e ceia. Dons desordenados na igreja. Dons na carne. Igreja situada numa cidade altamente oprimida e corrompida.
5.    A oposição na igreja da Galácia, quanto ao sábado e à Lei – (Gálatas 5:4) - Palavras duras de Paulo: “tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela carne”?
Atos 15, quanto à salvação pela graça e não pelas obras, era para todos, inclusive os da Galácia. As lutas da carne na igreja aos Gálatas. Sábado, carne de porco.
6.    A oposição dos romanos quanto à justificação pela fé. (Romanos 5:1 e 8:1) - Os romanos conheciam leis no sentido forense, onde o culpado tinha que ser julgado de se achado culpado tinha que morrer. Falar de justificação pela fé para quem tinha princípios de justiça que não comportava justiça pela graça de Deus.  "eu creio em Jesus e sou justificado".  Não tinha sentido forense. Deus diz que o homem está justificado mesmo injusto.

b)      MOMENTO PROFÉTICO
A doutrina dos apóstolos foi estabelecida desde o inicio da igreja para ela resistir à oposição do ladrão.
Eram ensinos de desvios da verdade que a doutrina tinha que vencer: que a fé tem supremacia sobre as obras, a graça em lugar da lei e o reino espiritual em lugar do reino material. Correção desses desvios para superar obstáculos que a igreja iria enfrentar. As cartas dos apóstolos tinham correção para ensinar a igreja a ultrapassar os obstáculos que se interpunham na caminhada da igreja. Era por isso que havia a operação do Espírito do Senhor sobre a igreja.
A “boa terra”, na parábola do semeador, produzindo “um a cem, outro a sessenta e outro a trinta”, vai produzir o suficiente para compensar a perda da semeadura à beira do caminho, nos pedregais e nos espinheiros. (Mateus 13:3-9).

1.2  – A MATAR (perseguição e morte) – “O ladrão não vem senão A MATAR...”.
a)      MOMENTO HISTÓRICO
A palavra já estava definida e estabelecida na igreja, através dos Evangelhos e as Cartas dos Apóstolos; agora a ação de oposição era destruir quem tinha a Palavra.
Desde a morte de Estevão em Atos cap. 6 e 7 como o primeiro mártir, até a morte de Antipas em Apocalispe 2:13, considerado o último mártir da igreja primitiva.
As perseguições de Herodes contra os Apóstolos (Atos 12:1-3).
As perseguições de Saulo de Tarso contra a igreja em Atos 9:1
As perseguições movidas contra a igreja (Apocalipse 2:10) – “Uma tribulação de 10 dias”. Dez ondas de perseguições: Nero: 64 Domiciano: 95 / Trajano: 157 / Antonino Pio: 163 / Severiano: 202 Maximiliano: 235 / Valeriano: 257 / Aureliano: 274 / Deocleciano: 303 e Galério: 311.

b)      MOMENTO PROFÉTICO
De posse do suporte doutrinário recebido dos Evangelhos e das Cartas dos Apóstolos, a igreja vive a doutrina durante toda a sua existência, mesmo dando em troca a própria vida para pregar que, se Jesus morreu e ressuscitou, também aqueles que por amor a Jesus morrem para esta vida, ganham a vida terna e ressuscitarão primeiro. A parábola do trigo e do joio vai confirmar que “dormir no Senhor”, com a morte física resultante das perseguições de morte, era a certeza de ressuscitar com ele e também da vitória sobre o engano da aparência do joio. A verdade do alimento do trigo não deixa a igreja se enganar com a aparência do joio, pois o seu fruto não produz o pão que o fruto do trigo produz.  (Mateus 13:24-30). A mentira do joio vai continuar existindo até à ceifa, mas é preciso morrer para ele, como a igreja fiel faz.
Profeticamente a matança ainda continua até aos dias de hoje pelo uso da letra que mata em lugar da revelação que dá vida.
1.3 – A DESTRUIR – a substituição - “O ladrão não vem senão A DESTRUIR...”.
a)      MOMENTO HISTÓRICO
Edito de Milão ano 313: pagãos sendo transformados em cristãos pelo batismo. Não conseguindo destruir as Palavra através das perseguições aos cristãos, agora era destruí-los fazendo-os dispersar entre os pagãos convertidos por batismo. Uma forma de destruí-los, unindo-se a eles para diluí-los.
As inovações de heresias entrando na igreja transformando-a no cristianismo romano, misturando o fermento da mulher nas três medidas de pura farinha de trigo. (Mateus 13:33).
O uso da tradição religiosa em lugar da Biblia.
Os pre-reformadores resistem contra a tentativa de destruição da palavra por parte de um sistema religioso que havia trocado a Palavra pela letra:
Os Albigenses no Sul da França, os Valdenses, na França, com o lema: “Bíblia para fé e para vida”, John Wycliff, na Inglaterra, defendendo a “autoridade da Bíblia e não da igreja”, John Huss, na França: “o NT é o guia suficiente para a igreja”, Jeronimo Savanarola, na Itália, pregando contra a vida desregrada do clero.
Também os chamados pós-Reformadores, tais como Calvino, Zwinglio, Melancton, John Knox e tantos outros que foram colunas mestras do pensamento da Reforma.
É pena que o argumento da letra continuasse existindo, fazendo surgir os vários grupos, como os Luteranos, Anglicanos, Calvinistas ou Presbiterianos, Metodistas, Batistas, etc. Isso foi o resultado da palavra entendida como cultura bíblica, sendo examinada como letra, transferindo uma herança apenas tradicional. O uso da palavra examinada na letra permitiu criar uma nova tradição religiosa.

O EXAME DAS ESCRITURAS NA LETRA PRODUZ DISPERSÃO, MAS NA REVELACAO DO ESPIRITO SANTO CONGREGA, pois quem garante isso é o Senhor Jesus em João 17:7-8 – “Agora, têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti, porque lhes dei as palavras que me deste; e eles as receberam (examinaram), e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste”.
Como resultado dessa nova tradição religiosa a Palavra passou a ser vulgarizada ou secularizada. Artistas lendo a Biblia (na letra) para fazer filmes, teatros, etc. Isso é para tonar a Biblia um livro comum, vulgar.
A vulgarização da Palavra pelos pregadores para dar ênfase aos teatros de púlpito que fazem com a palavra. Citações da Palavra para reforçar os negócios, dando interpretações aos textos bíblicos de acordo com seus interesses.
A igreja romana ensinando que Maria é a mãe de Deus. Eles tornaram-na salvadora. Dogmatizaram a Bíblia. A Palavra passou a ser humanizada valorizando mais o homem do que o Senhor.

b)      MOMENTO PROFÉTICO
O argumento da palavra na letra era: “O batismo faz o cristão”. Não é o batismo que faz o cristão e, sim, a experiência de novo nascimento.
A parábola do grão de mostarda: substituição da fé interior pela fé exterior, quando ela passa a ser plantada no campo do interesse do homem; e, quando isso acontece, a fé morre, dando lugar a um aparamento de fé, como uma grande árvore, que atrai para os seus ramos os interesses das aves que retiram o seu fruto. (Mateus 13:31-32).
O Tesouro aqui vai ficar escondido, porque a Tradição Religiosa vai substituir a Palavra e toda a sorte de inovações de heresias vai tomar o lugar da Verdade.
A parábola do Fermento: inovações de heresias introduzidas na igreja: a letra e a razão em lugar da revelação. (Mateus 13:33).
A destruição da palavra com o argumento da razão, quando a teologia vai explicar a fé pela filosofia.    A letra transformou o pão da vida em pão da padaria, o espiritual em material, o  eterno em terreno.

A PALAVRA REVELADA – a compreensão da Palavra - “eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”.
Por que agora a Palavra é revelada?
Porque sobre a Palavra revelada o adversário não tem autoridade, pois ela fica no coração. Ela não vai ser vulgarizada mais, pois o lugar em que o Espirito Santo a coloca é no coração. Isso é o que caracteriza a Palavra na Obra do Espirito Santo, pois quem escreve a Palavra no coração é o Espirito Santo. (veja Jeremias 31:33 – “Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
Isso é confirmado por Paulo em II aos Coríntios 3:3 – “porque é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração”.
Não haverá mudança mais da Palavra, porque ela vai ficar no coração, por isso não vai ser mais vulgarizada. Ninguém conseguirá mudar o sentido da Palavra para quem a tem no coração, ou seja, revelada pelo Espirito Santo.
No arrebatamento da igreja, a fé vai ser retirada, pois ela vem pela revelação da Palavra. A Palavra revelada vai ser retirada do mundo, com o arrebatamento da igreja.
O Espirito Santo vai tirar a fé deste mundo, porque a fé é a Palavra. A letra vai ficar.
O que vai adiantar a letra para o mundo?
Amós 8:11-12 – “Eis que vêm dias, diz o Senhor JEOVÁ, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. E irão errantes (vagabundos) de um mar até outro mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, buscando a palavra do SENHOR, e não a acharão”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário